domingo, 3 de março de 2013

Nova coluna! Já dizia o Chacrinha – Shinigamis do Zodíaco


Não falei que tavam vindo mais novidades? Bem, essa aqui é o primeiro post da nova série que planejo iniciar no blog, tive ideia de fazê-la após uma conversa com uns amigos meus, e já tava querendo ressuscitar essa bodega faz tempo, portanto, ei-lo! A primeira edição de Já Dizia o Chacrinha, uma coluna que vai analisar os elementos descaradamente copiados de grandes clássicos por franquias atuais! Hoje, falaremos de uma das séries mais queridas pela Geração X brasileira.


E não, definitivamente não é Chaves.



Estamos falando, é claro, de 聖闘士星矢, que, em nosso alfabeto, escreve-se Saint Seiya, mas que é mais conhecida pelo nome marqueteiro que os franceses colocaram, Les Chevaliers du Zodiaque (apesar de haver outras armaduras além das que representavam as constelações zodiacais =P), a tradução em espanhol Los Caballeros del Zodiaco, e, finalmente, a versão brazuca, que virou um telefone sem fio dos infernos chamado Os Cavaleiros do Zodíaco.


CDZ começou como um mangá em 1985 na famosa antologia Weekly Shonen Jump. De autoria de Masami Kurumada, foi publicado até 1990, com 110 capítulos reunidos em 28 volumes. A adaptação em anime durou de 1986 a 1989, obtendo um sucesso moderado, sem chegar à última saga do mangá, a da Hades. No entanto, seu sucesso na Europa e na América Latina a tornou um fenômeno em escala global, e em 2002, foi lançada a versão animada da Saga de Hades no formato OVA. Seu sucesso levou à criação de várias obras derivadas, como os mangás Episódio G (2002), Next Dimension e The Lost Canvas (ambos de 2006), além da nova série animada Saint Seiya Omega (2012).
Durante do auge da febre Cavaleiros, a finada TV Manchete resolveu importar mais desenhos japoneses na esperança de repetir o mesmo sucesso dos Defensores de Atena, mas nada chegou aos pés deles. Dentre esses, duas séries cuja semelhança com CDZ era imensamente suspeita: Shurato, que era basicamente Saint Seiya com mitologia hindu-budista em vez de grega, e Samurai Warriors, de temática xintoísta. Ambas retinham a ideia básica de guerreiros trajando armaduras que defendiam a humanidade em nome de uma deusa; Vishnu (que virou mulher nesse anime para poder se assemelhar mais a CDZ =P) e Amaterasu, respectivamente. Eu poderia falar horrores delas hoje, mas seria fácil demais.
Não, em vez disso, buscarei outro objeto para minha análise, um que não seja tão óbvio. Falarei hoje de um dos mangás Shounen de maior sucesso atualmente (apesar do declínio de popularidade que vem experimentado nos últimos tempos):


Bleach , a jornada de Ichigo Kurosaki, um adolescente que, por acaso, transforma-se em agente do Outro Mundo. Essa descrição pode até lembrar Yu Yu Hakusho, outro anime de sucesso em terras tupiniquins, mas, fora isso, não há muito em comum entre as duas séries, cujos personagens, enredos e estilos divergem completamente logo de cara. Não, eu diria que essa trama tem muito mais a ver com Saint Seiya do que com boa parte dos mangás sobrenaturais publicados nos últimos tempos.
Existe uma percepção errônea entre a comunidade otaku ocidental de que CDZ não é muito conhecido em sua terra natal. É claro que seu sucesso lá não se compara àquele que a série obteve mundo afora, e muito menos com o de gigantes como One Piece e Dragon Ball, mas tantos spin-offs e produtos licenciados no próprio Japão não mentem. A série também já foi referenciada por outras obras nipônicas, inclusive pelo mega-hit Gintama, especializado em parodiar tanto grandes sucessos da atualidade como clássicos da animação japonesa.
Sendo assim, é perfeitamente possível que as semelhanças entre as duas obras sejam mais que mera coincidência. De fato, o próprio autor de Bleach, Tite Kubo, revelou numa entrevista que se inspirou no mangá de Kurumada para desenhar as cenas de luta e as armas exóticas que permeiam sua obra. Mas garanto que não foi só isso que ele tirou de CDZ.
Pois bem, chega de blábláblá e vamos à parte que realmente interessa, onde eu tiro onda da cara do Kubo por sua incrível falta de originalidade XD Brincadeira (ou não), mas vou tentar ser menos acadêmico e mais blogueirão a partir de agora. Geralmente vou dividir essa coluna em 3 partes – Enredo, Personagens e Universo – mas posso variar dependendo do meu objeto de estudo. Vamos então, sigam-me os bons!

Enredo

Saint Seiya conta a história de Seiya e seus amigos Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki, que, lado de Saori Kido, a reencarnação da deusa Atena, combatem outros divindades do panteão grego que pretendem eliminar a humanidade e tomar a Terra para si. Eles fazem parte de uma ordem de guerreiros chamados Saints (literalmente, “Santos”, mas traduzido como “Cavaleiros” em adaptações internacionais para evitar conflitos com a Igreja Católica), que lutam (quase =P) sempre sem armas, utilizando apenas a energia gerada pelo seu Cosmo, o pequeno universo existente dentro de cada ser vivo, segundo a mitologia da série. Reza a lenda que, com um movimento de mão, eles eram capazes de rasgar o céu, e com apenas um chute, abrir fendas na terra. Porém, seus corpos continuavam sendo os de um mortal comum, por isso, cada um vestia uma armadura feita de um mineral místico, chamada Plot Armor Cloth (que, acredite se quiser, significa “roupa”, em inglês XD).

Bleach é história de Ichigo Kurosaki, um garoto de 15 anos briguento, mas de bom coração, que consegue ver fantasmas. Uma noite, ele e sua família são atacados por um hollow – uma alma humana morta transformada num monstro devorador de espíritos – mas são salvos por uma shinigami, um espírito encarregado de proteger os mortos e guia-los à Soul Society, o “paraíso” (bem entre aspas) do mundo de Bleach. Contudo, por causa da teimosia de Ichigo – já vejo um pouco de CDZ nesse protagonista – a garota shinigami fica ferida demais para dar o golpe final no zumbi plásmico, sobrando para o guri terminar a tarefa pegando os poderes emprestados dela. A partir daí, Ichigo passa a trabalhar como seu substituto, lutando contra hollows, protegendo espíritos e os guiando até a Soul Society - até que a história começa de verdade e, daí para frente, só paranoia e conspiração XD

Pelo que foi visto até agora, não é possível enxergar mais semelhanças entre as duas histórias que entre Dragon Ball e qualquer Shounen genérico atual. Mas, analisando-as mais a fundo, podemos enxergar inúmeros detalhes similares.

Leiam a seguinte sinopse:

“Cinco amigos se infiltram na sede de uma organização secreta superpoderosa a fim de salvar a vida de uma companheira. Tal organização teria como propósito final defender a humanidade, mas está sendo usada por forças obscuras para propósitos nefastos. O QG é protegido por doze guerreiros de elite e um comandante supremo acima deles. Correndo contra o tempo, os amigos se separam e travam batalhas terríveis contra seus terríveis adversários; no final, o herói principal é o único ainda com forças para lutar, e é aquele que salva a vida da amiga, ao mesmo tempo em que descobre a verdadeira identidade do traidor responsável por todo o problema.”

Agora, respondam-me, meus amigos: o texto acima se refere à Batalha das Doze Casas ou a Saga da Soul Society?
Embora esses sejam recursos narrativos típicos do gênero Shounen, a combinação de todos eles dentro de um mesmo arco torna clara a influência do mangá de Kurumada no desenvolvimento da obra de Kubo. E a apropriação não para por aqui: existe um número considerável de semelhanças entre a Saga de Aizen e a de Hades, se pararmos pra pensar. Ambas são divididas em 3 partes: na primeira, a Terra é invadida por seres do além; na seguinte, nossos heróis viajam até a terra dos mortos para resgatar um de seus companheiros, que está sendo usado para completar os planos nefastos do inimigo; e na última, passada numa terceira dimensão paralela, os protagonistas finalmente derrotam o vilão principal e seus asseclas mais poderosos ao despertar seu potencial máximo.
É interessante notar que ambos os animes originalmente foram encerrados num ponto da história antes do final de suas respectivas versões mangá. Se Bleach seguirá o exemplo de sua CDZ retomará a história algum dia, só o tempo dirá.
Eu me pergunto: agora que está sendo lançado CDZ Next Dimension, será que o Kubo vai inserir algum elemento dessa nova saga no seu mangá? Pessoalmente, duvido que ele chegue ao ponto de...



... Sem comentários.


Personagens

É nessa instância que as semelhanças ficam mais óbvias. Vamos à parte mais divertida deste estudo.
Primeiramente, quero informa-los que pretendo evitar comparações entre protagonistas de Shounen a menos que seja algo que fuja da tendência “idiota-idealista-que-nunca-desiste-ou-abandona-seus-amigos” popularizada por Akira Toriyama com o Goku em Dragon Ball. Isso é extremamente chato e redundante; portanto, nada de Ichigo x Seiya aqui – embora seja curioso notar que ambos foram dublados (por um tempo) pelo mesmo ator (Masakazu Morita) na versão japonesa. Dito isso, partirei para a comparação mais óbvia que se possa fazer entre as duas séries:
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Orihime Inoue x Shun de Andrômeda + Saori Kido

 
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Não é difícil perceber as semelhanças: tanto Orihime quanto Shun são pacifistas, os membros mais “delicados” de seu grupo e, frequentemente, a donzela em perigo a ser resgatada/protegida – E sim, eu sei muito bem que o Shun no mangá não precisa ser salvo o tempo todo, mas, infelizmente, como o anime é a versão mais conhecida, foi essa a imagem que ficou marcada na cabeça dos fãs, e é ela a mais fácil de associar com a personagem da Orihime. De qualquer maneira, se examinarmos mais a fundo as características de ambos os personagens, é possível notar outras similaridades em termos de:
  • Poderes: Ambos carregam em seu arsenal um conjunto de armas empáticas, sendo uma para ataque e outra para defesa – o Shun Shun Rikka de Orihime e a Corrente de Andrômeda de Shun – sendo que ambos costumam restringir o uso de suas técnicas mais poderosas – o Koten Zanshun e a Tempestade Nebulosa, respectivamente – além de terem um potencial bem maior do que aparentam; 
  • Aparência: cabelo até, pelo menos, abaixo dos ombros, castanho claro no mangá, mas de cor mais exótica no anime – ruivo para Orihime e verde para Shun – rosto de traços delicados e grande beleza física – no caso da Orihime, grande MESMO, se é que me entendem; 
  • Vestuário: Ambos vestem a cor rosa frequentemente – se bem que, no caso do Shun, o rosa é meio que a cor do uniforme dele, então tem uma desculpa XD – e sempre carregam consigo um acessório de natureza misteriosa que ganharam de presente de um ente querido morto. Os prendedores de cabelo que Orihime recebeu de seu irmão Sora servem de receptáculo para os poderes de sua dona, enquanto o pingente de Shun, supostamente uma herança de sua mãe, revela-se como o instrumento que mantém o elo entre seu corpo e a alma de Hades. Além disso, ao serem capturados pelos vilões, passam a trajar um vestuário muito mais exótico e pomposo, ao gosto de seus raptores.
E ainda tem o histórico deles, que também é bem parecido: ambos estiveram boa parte de suas vidas sob os cuidados de um irmão mais velho superprotetor em vez dos pais, do qual são separados de uma forma ou de outra até que o tal irmão reaparece em suas vidas... como um vilão! Nesse ponto, Shun teve um pouco mais de sorte que a Orihime, pois 1º: o irmão dele não tinha morrido de verdade e 2º: Ikki voltou para o lado dele, em vez de ser enviado para o além :P No presente, Shun vive bancando o mártir sem causa, preferindo sacrificar sua própria vida a deixar que haja mais derramamento de sangue, o que foi o que Orihime basicamente fez ao optar por ir com Ulquiorra para o Hueco Mundo quando este ameaçou matar todos os amigos dela, sem qualquer prova de ser realmente capaz de tal feito :P E a famosa cena da Casa de Libra prova que a Orihime não é única da dupla com poderes de cura. Sem falar de como ela, conforme dito na seção anterior, foi sequestrada por Aizen como parte do grande plano do ex-capitão, assim como o Shun foi “capturado” por Hades a fim de se tornar seu novo hospedeiro.
Por outro lado, é possível estabelecer uma conexão entre Orihime e outro dos protagonistas da série: a reencarnação de Atena, Saori Kido. Eu diria que, na verdade, ela é uma mistura de Saori com Shun, que encarnam papéis um tanto semelhantes em sua série-mãe, como a parcela mais pura, feminina e idealista da turma de heróis, aquele que sempre se sacrifica pelo bem dos demais e a eventual donzela em perigo XD Orihime se beneficia das mudanças de valores ocorrida entre a época de CDZ e Bleach, recebendo um papel mais ativo nas lutas do que Saori pôde desfrutar em seu tempo – ainda que nem tanto quanto Shun – por conta de seu gênero. Há de se considerar que, no entanto, Saori tomou as linhas de frente no final da Guerra Santa contra Hades e foi quem deu o golpe final no deus dos mortos – Orihime, por sua vez, jamais demonstrou tamanha eficiência em batalha, nunca ultrapassando o papel de suporte aos combatentes, tal como a Atena moderna durante boa parte da série. Não que isso não seja importante na guerra – afinal, Ichigo e cia já estariam mortos há milênios se não tivessem sua adorada Hime-Chan para cuidar de seus ferimentos em momentos críticos – mas limitar as mulheres a esse único papel não deixa de ser uma forma de machismo. De qualquer maneira, falta ainda mencionar um ponto em comum: ambas as moças são o mais próximo que o protagonista tem de um interesse amoroso. Eu não ligo para a retórica IchiRukiana: o próprio autor disse a que a relação dos dois é platônica, e foda-se o anime, com seu staff Rukista. Hime é a única garota com sentimentos claros por Ichigo por quem ele demonstrou alguma possível reciprocidade – por meio de sua profunda determinação em protegê-la em diversas ocasiões, especialmente na última luta contra Ulquiorra, em que chega a parecer uma espécie de obsessão. Saori e Seiya possuem uma relação parecida (exceto pela parte de virar um zumbi canibal e quase matar seus amigos enquanto tentava proteger sua amada XD), embora nenhum dos dois tenha se declarado para o outro. Mas a Saori bem que tentou dar umas bitocas no Jumento Alado enquanto ele estava inconsciente XP o que já conta muito mais pontos em ousadia do que a Orihime se confessando para um Ichigo adormecido. Saori ainda conta com a vantagem de não ter uma competição tão forte – Mino, por quem Seiya realmente poderia ter um genuíno interesse, praticamente sumiu da série – e da franquia como um todo – depois das batalhas contra os Cavaleiros de Prata, recebendo uma única aparição em forma de microponta na Saga de Hades, e só na versão anime; já Shina nunca teve qualquer chance com o Cavaleiro de Pégaso, que não parece sentir mais nada por ela, além do mesmo respeito e consideração que demonstra pelos seus outros irmãos de guerra. Ainda assim, mais de 20 anos de CDZ se passaram e nada dos dois ficarem juntos - Saint Seiya Omega que o diga. É possível que, por conta da tradição celibatária dos cavaleiros que Kurumada mencionou numa entrevista tempos atrás, Seiya e Saori possam realmente nutrir sentimentos um pelo outro, mas nunca venham a se tornar um casal de verdade – especialmente se você considerar que 1º: ela é uma deusa, e ele, um mortal; 2º: Atena, a Virgem, é um dos títulos pelos quais a Deusa da Guerra é conhecida, e na mitologia ela sempre fez bastante questão de preservar sua castidade; e 3º: ela é a CHEFE dele e provavelmente não iria querer ser acusada de favoritismo, imagina a CPI que daria XD Mas, se Shiryu x Shunrei já virou realidade em pelos menos dois cânones (Next Dimension e Omega), ainda pode haver alguma esperança para os dois pombinhos XP


Dentre os demais personagens ainda podemos destacar citar:


Kisuke Urahara & Yoruichi Shihouin x Mu de Áries & Dohko de Libra

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  • São guerreiros de elite que se afastaram da instituição a que estavam ligados quando viram que esta estava se corrompendo; 
  • Escondem sua verdadeira identidade com uma faceta bem mais humilde, a princípio; 
  • Tornaram-se aliados da nova geração de guerreiros, sendo que o primeiro de cada dupla fornece ajuda referente a equipamentos, enquanto o segundo treinou pelo menos um dos protagonistas; 
  • No começo, Yoruichi aparece na forma de um gato, e revela sua *sexy* verdadeira aparência numa cena semelhante em alguns detalhes (leia-se: ausência de vestimenta) àquela em que Dohko se livra da sua carapaça velha e volta a ser jovem e bonitão
  • Urahara, em certo ponto da história, ajuda Ichigo a recuperar seus poderes de Shinigami e consertar sua Zanpakutou, num processo que quase mata o infeliz, algo não muito diferente do que Mu fez para recuperar as armaduras de Seiya e Shiryu. Por fim, ele tem como discípulo um pivete ruivo; preciso dizer mais? Ah! E ambos tiveram (temporariamente) o mesmo dublador na versão nacional, Marco Aurélio Campos. 
Como bônus, o Tiozinho do Chapéu ainda paga de Shion, já que é companheiro de longa data da Yoruichi – tipo, de SÉCULOS – e tem um bocado de... “subtexto” com ela.

Uryuu Ishida x Haruto de Lobo

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Agora é a hora da vingança de Bleach... se antes os fãs podiam reclamar de Ichigo e seus amigos estarem copiando de CDZ, agora é a turma se Seiya que corre o risco de um processo f*dido. Muita gente fica zoando Ômega por supostamente roubar ideias de Naruto, por conta de seu sistema de elementos idêntico – exceto pela inclusão de Luz e Trevas – e por causa desse personagem, que além de ter muitas técnicas iguais às que aparecem no anime de ninjas, ainda tem um nome parecido com o do protagonista. Não vou negar que talvez a equipe de Ômega tenha bebido dessa fonte – cada vez mais CDZ usa elementos de mangás e animes da atualidade, obviamente buscando uma renovação de público. Mas é bom saber que as técnicas ninja não são copiadas de Naruto – na verdade, ambos se inspiraram nos mitos criados em torno desses guerreiros misteriosos, presente em gravuras, livros, peças, filmes a na tradição oral. Então, Ômega está a salvo das acusações de plagiar Naruto (em parte, pelo menos), mas nada impede os fãs de taxar Haruto de cover de Ishida. Vejamos:
  • Ambos são rapazes bonitos, inteligentes e que usam óculos; 
  • Vêm de uma linhagem de guerreiros rival àquela do personagem principal; 
  • Foram treinados por um parente mais velho (“adotivo”, no caso de Haruto) que queria uma reconciliação entre as duas forças rivais; 
  • Ambos os mentores foram mortos por agentes corruptos da outra facção; 
  • Os dois rapazes, no entanto, acabam resolvendo se aliar a um jovem guerreiro ligado à instituição que matou seu ente querido, em nome do bem maior, inspirado pelos ideais do mesmo. 
Ah, e ambos são os mais bem equipados – no bom sentido – de seus camaradas, com dezenas de armas e poderes à sua disposição. É, depois de anos plagiando a obra do Titio Kurumada, o Seu Kubo parece estar finalmente provando do próprio remédio.


Ichigo Kurosaki x HYOGA DE CISNE!?


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É isso mesmo! Analisando mais a fundo a personagem de Ichigo, descobri que, síndrome de protagonista da Shounen Jump à parte, ele possui muitos pontos em comum com o Cavaleiro do Gelo. Vamos por partes:
  • Ambos têm cabelo de cor bastante clara, que os destaca dos seus colegas nipônicos; 
  • São mestiços: Hyoga é metade japonês, metade russo, e Ichigo é metade japonês, metade tudo-que-você-possa-imaginar; 
  • Parecem pouco amigáveis, mas se importam muito com as pessoas próximas a eles e estão sempre prontos para proteger os inocentes; 
  • Possuem uma relação conflituosa com seus mestres (no caso, Urahara para Ichigo e Camus para Hyoga), que tentaram apagar qualquer vestígio de sentimentalismo que existisse no coração de seus discípulos. Diferentemente do caso de Orihime e Shun com seus respectivos irmãos, dessa vez foi Bleach que teve um final mais feliz, com Urahara permanecendo firme e forte em sua missão de trollar treinar o herói da história; 
  • Aos olhos de muitas muitos, têm alguma coisa com o membro mais delicado de sua turma... 
  • E por último E mais importante: Complexo de Édipo Nível ∞. Ambas as mães se sacrificaram para salvar seus queridos filhinhos, que sofrem até hoje com a morte de suas mamães queridas dos seus corações. Eles possuem uma imagem bastante idealizada dessas figuras maternas, elevando-as à figura de santas, praticamente – coitadinhos, não devem nem suspeitar de como elas fizeram eles – e não têm nem um pouco de respeito por seus respectivos pais – e, caso vocês não saibam, no mangá de CDZ é revelado que o pai de Hyoga não é ninguém menos que Mitsumasa Kido, o avô adotivo da Saori, que, pasmem, também é pai de todos os outros 99 órfãos mandados para se tornarem Cavaleiros (!?). Além disso, costumam demonstrar maior atração por garotas parecidas com suas mães. No anime, Hyoga tem as gentis loiras Eiri e Freia, enquanto Ichigo pode sentir algo a mais pela também doce ruiva e peituda Orihime, além de ter expressado pelo menos desejo sexual por Rangiku Matsumoto, que graças às limitações artísticas de Tite Kubo, se parece um bocado com Masaki Kurosaki, ainda mais na versão animada, em que deram um tom mais alaranjado à cor do cabelo da tenente da 10ª Divisão. 

Ainda podemos citar alguns detalhes, como a Shikai da Soi Fong ser parecida com a Agulha Escarlate do Milo, o Tousen e o Shiryu serem imunes às ilusões do vilão principal por conta da cegueira, ou os grandalhões Komamura e Aldebaran sempre levarem uma surra para mostrar o quanto o inimigo é forte, mas tem dois personagens em especial que precisam ser mencionados:


Sousuke Aizen x Saga de Gêmeos


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Pois é, o Aizen pode não ser (mais) um clone maligno do Superman, mas é possível que ele seja o terceiro dos Irmãos de Gêmeos. Vamos aos fatos:
  • Ambos são os vilões das sagas mais memoráveis de suas respectivas séries, embora sua verdadeira identidade como autor da conspiração maligna dentro da Soul Society/Santuário só seja revelada no final; 
  • Mataram os verdadeiros diretores da organização para qual trabalhavam e tomaram o seu lugar ao mesmo tempo em que escondiam a verdade dos colegas; 
  • Querem governar o mundo no lugar da divindade que deveriam proteger; 
  • Antes da revelação, eram considerados indivíduos de grande nobreza e valor por aqueles que conheciam – porém, no caso de Saga, aquele era seu eu genuíno antes de ser tomado por sua personalidade maligna, enquanto no de Aizen, era puro fingimento; 
  • Estão entre os personagens mais fortes de seus respectivos mangás, e são mestres na arte de criar ilusões; 
  • Já manipularam amigos dos heróis para que se virassem contra eles; 
Saga foi um dos vilões mais marcantes da minha infância, com seu vestuário sinistro, sua risada marcante e seus intermináveis banhos no chuveiro do Grande Mestre. Embora não tenha o mesmo peso para mim, e de ter tido uma derrota muito mais humilhante que seu antecessor, eu diria que Aizen obteve muito mais sucesso em sua carreira de crimes: enquanto Saga dominou somente o Santuário por meros 13 anos, Aizen controlou o Hueco Mundo por não sei quantas décadas, e chegou bem perto de conquistar a Soul Society; enquanto o reino de terror de Saga parou logo no primeiro grande arco da história, Aizen teve uma sobrevida que lhe permitiu ocupar o lugar que seria mais ou menos equivalente ao de Hades na história de Saint Seiya, como senhor das tropas do submundo que tenta dominar a Terra; e, finalmente, mesmo depois de sua derrota final, ele continua vivo, e sendo uma ameaça bastante real para o mundo, ainda que enclausurado. Saga, por sua vez, morreu e voltou para o lado do bem. Ah, e ele nunca trollou tanto os heróis quanto Aizen fez. Entretanto, independente de ser ou não melhor que aqueles que vieram antes dele, Aizen tem muito que agradecer a Saga e a outros vilões clássicos dos mangás – especialmente o Sensui de Yu Yu Hakusho e sua incrível capacidade de ser completamente roubado - por trazerem a inspiração necessária para construir sua personagem. Afinal, o que seria da trilogia do Cavaleiro das Trevas se não fosse o seriado dos anos 60?


Ehhh, pensando bem...
Universo


Não é nenhum mistério: Sereitei = Santuário. São as sedes de duas grandes instituições militares dedicadas à proteção da humanidade, porém escondidas da mesma. Possuem estrutura burocrática e legislação rígidas e até um tanto antiquadas (execuções são rotina até hoje); no topo de suas cadeias hierárquicas, está um grupo de 12 poderosos guerreiros, presidido por um comandante supremo de força igual ou até maior que a destes. Cada um dos guerreiros pertencentes a estas ordens carrega consigo um instrumento de combate que possui uma forma “selada” e outra “ativa” e que possui vida e vontade própria – As Zanpakutou e as armaduras, respectivamente. A origem dos poderes desses guardiões da humanidade é a energia oriunda da fonte da vida – Reiatsu e Cosmo; com ela, são capazes de feitos impossíveis para humanos normais, tanto de natureza destrutiva quanto construtiva, sendo que cada um deles tem o potencial de sentir a energia dos outros. Tais guerreiros podem ser divididos em 3 categorias: os mais fracos (shinigamis sem posto em Bleach, Cavaleiros de Bronze e soldados rasos em CDZ), os intermediários (oficiais de posto, incluindo os tenentes, e Cavaleiros de Prata) e os mais fortes (Capitães e Cavaleiros de Ouro, junto com o Grande Mestre), que são capazes de atingir a forma máxima do seu poder sobrenatural (a Bankai e o Sétimo Sentido). Acima de todos os membros desta força, está um ser de natureza divina a quem estes devem proteger; em Bleach, é o Rei da Soul Society, enquanto em Saint Seiya, é a Deusa da Guerra, Atena. E ainda tem o detalhe que, na versão nacional, mudaram o nome desses combatentes: de Shinigami para Ceifeiro de Almas em Bleach, e de Saint (Santo, em inglês) para Cavaleiro. Mas aí já mais questão de coincidência, né XD

Em contrapartida a esses defensores da justiça, existe um grupo de malfeitores provenientes de um mundo sombrio habitado por almas mortas pecadoras. Apesar de seus poderes serem da mesma natureza que os dos heróis, a forma que eles tomam para esses seres sinistros é muito mais grotesca e desumana que a daqueles. Servem uma poderosa entidade sombria com ânsia de poder e um grande plano que tomará muitas vidas na Terra. Assim são os Arrancar de Bleach e os Espectros de Saint Seiya, servidores do Rei do Hueco Mundo, cargo, na prática, exercido pelo vilão Sousuke Aizen, e de Hades, o Imperador do Inferno, respectivamente. Tais soberanos malignos possuem, cada um, dois braços-direitos que, apesar de, teoricamente, pertencerem à mesma categoria que eles, são leais ou não e subservientes a eles (Gin e Tousen, para Aizen, Thanatos e Hypnos, para Hades). Além de tudo, em ambos os casos, um dos únicos membros do seu exército que tinham algum traço de humanidade, uma mulher, é despachado pelos seus próprios superiores – ou assim seria se o Kubo não tivesse poupado a Harribel no final. Tadinha da Pandora L. O mundo que essas criaturas perversas habitam também possui algumas semelhanças, sendo tanto o Hueco Mundo quanto o Inferno divididos em áreas de características distintas, mas sempre permeadas pela morte e a escuridão, e governados a partir de um palácio onde reside seu senhor – Las Noches, no caso de Aizen, e Giudecca, no caso de Hades.

Eu poderia ainda mencionar que o Palácio do Rei da Soul Society lembra um bocado os Campos Elíseos, por ser um território sagrado que serve de morada para um ser superior, cuja entrada só é permitida àqueles dotados da benção de uma divindade. Mas, sinceramente, não tenho muita coisa mais a falar sobre esse assunto. Devo confessar que, apesar de acompanhar Bleach, este não está entre meus mangás favoritos; por isso, não tenho a mesma inspiração e força de vontade para dissertar sobre essa obra como terei para algumas mais à frente; contudo, achava que era importante falar sobre esse título, já que é um dos poucos cujo autor cita explicitamente CDZ como uma de suas inspirações, além de ser uma das franquias multimídia japonesas de maior importância nos últimos tempos. De qualquer jeito, vou encerrar por aqui. Espero que tenham gostado e que voltem para conferir minhas próximas empreitadas! Em breve, a segunda parte da edição especial de lançamento de Já Dizia o Chacrinha, ainda sobre CDZ, mas comparando-o a outra franquia de sucesso atual! E mais uma novidade para os fãs da minha série Versão Brasileira! Infelizmente para os apressadinhos, o tema de ambas será uma surpresa! Portanto, continuem acompanhando!

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